A organização de jornalistas Wikileaks deve entrar com ação judicial contra as operadoras de cartão de crédito Visa e Mastercard e contra o serviço de pagamentos online PayPal. De acordo com Kristinn Hrafnsson, representante da organização, os documentos foram protocolados nesta sexta-feira passada (1º). Como o trabalho do Wikileaks não é considerado legal pela Justiça, a decisão de suspender pagamentos, adotada em dezembro de 2010, é tida por arbitrária.
Durante o 6º Congresso da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, em São Paulo, o jornalista acusou as companhias de terem agido sem preocupação com um processo justo, adotando um comportamento "condenado" pela Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas.
Nesta semana, a organização divulgou uma paródia de um comercial da Mastercard. O vídeo viral, publicado no Youtube, elenca despesas com equipamentos, com advogados por processo no mundo todo. A seguir, sugere: "Ver o mundo mudar como resultado do seu trabalho, não tem preço".
À época da suspensão, ainda segundo dados da entidade, a arrecadação diária era de 25 mil euros diários (R$ 56,5 mil). Desde então, a estimativa poderia superar R$ 20 milhões. "Você pode doar para a Klu-Klux-Klan, nos Estados Unidos, mas não pode doar US$ 10 ou US$ 50 para uma organização que luta pela liberdade de expressão em todo o mundo", criticou Hrafnsson.
Em 2009, a organização publicou uma série de documentos relacionados às guerras do Iraque e do Afeganistão. A partir de 2010, milhares de telegramas enviados de embaixadas e consulados dos Estados Unidos espalhados pelo mundo ao Departamento de Estado americano passaram a ser vazados pela entidade.
Em dezembro do ano passado, logo após o início da divulgação do chamado Cablegate, Visa, Mastercard, Paypal e outras empresas suspenderam a possibilidade de doação para o Wikileaks. Essa via era uma importante fonte de
recursos.
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