Quer comprar? Quer vender? Ou talvez o mercador de Resident Evil 4 devesse arriscar perguntas mais elaboradas: “quer comprar por um preço mais ou menos justo no mercado cinza ou entregar seus dois pulmões pela versão oficial em revendedor autorizado?”. A questão é complicada, e muitos de nós estaríamos pensando até agora.
O Xbox Kinect foi lançado no Brasil em novembro, com preço sugerido de R$ 599 (contra US$ 149 nos EUA). Alguns consumidores reclamaram do preço, outros milhares reclamaram de não ter encontrado o acessório de Xbox 360 na lojas. Eles estavam dispostos a pagar mais de um salário mínimo por um acessório que estava – e ainda está – em falta no mercado. Leitores reclamam de venda casada, de preços absurdamente mais altos que o “sugerido”.
Nesta sexta-feira (17) a Sony Brasil anunciou a chegada oficial do PlayStation Move, o controle de PlayStation 3 sensível a movimentos. Mais barato que o Kinect nos Estados Unidos, o Move chegou aqui por… R$ 799 (R$ 200 a mais que o Kinect e bastante estranho se comparado com os US$ 99 dos EUA). Vamos abandonar os games e fazer um curso de jornalismo econômico?
Em conversas recentes com representantes da Microsoft e da Sony no Brasil, ouvi
deles a mesma preocupação: a concorrência, hoje, não é entre as empresas. É das empresas com o mercado cinza. As empresas querem “mudar a cultura”, “conscientizar o jogador”, “agregar valor” ao produto oficial, com os propalados manuais em português e certificados da Anatel. Mas assim?
Tudo bem. Sabemos que isso tudo tem um preço. Os impostos são bizarros, a legislação é burra, o Brasil está engatinhando, olha o carnaval aí. Mas, como alguém que não usa produtos piratas e evita o mercado cinza, vou me sentindo cada vez mais como aquele jogador iniciante de Fallout 3. Cheio de esperança e boa vontade, acumulando a XP honesta de cada dia – mas que acaba tendo de vender a arma para conseguir comprar munição.
E você, incentiva o mercado oficial de games nessa “wasteland” chamada Brasil?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Regras:
Não Flood
Não Xingue
Não Divulgue Outros Blogs
Não Limite palavras
Seja o mais Claro o Possível
Não tenha preguiça
Utilize quantos caracteres forem precisos.