Um sucesso de bilheterias geralmente não reverte em uma experiência das mais interessantes com um joystick. Não é que haja uma maldição por trás disso, mesmo que pareça, é que os prazos são curtos, os desenvolvedores são podados pelo estúdio e há a necessidade de se transformar uma experiência não-interativa em algo interessante para os jogadores.
Mesmo assim, alguns games baseados em filmes conseguem quebrar a regra e se saem muito bem. Separamos aqui os melhores filmes que fizeram a transição para os games; Mas, como um atrativo extra: separamos dois dos piores, mais ofensivos e deprimentes jogos que já saíram das entranhas de Hollywood.
Prepare a pipoca, o refrigerante, mas fique esperto: nem todo mundo aqui merece o Oscar.
Spider-Man 2 | Produtora: Activision | Lançamento: 2004 | Plataformas: PS2/GC/Xbox
“Homem-Aranha 2” foi um grande filme. Ótimo vilão, ótimos efeitos especiais, ótimas performances de Tobey Maguire e Alfred Molina. Mas sabe o que o filme não oferecia? A possibilidade de controlar o cabeça de teias pelas ruas de uma Nova York muito bem modelada, impedindo crimes, salvando pessoas e, ocasionalmente, encarando alguns vilões.
“Spider-Man 2”, da Activision, conseguiu a façanha de misturar “GTA” com Homem-Aranha, em um casamento que deu incrivelmente certo. Se balançar por Nova York ainda é uma das coisas mais divertidas do mundo dos games e a trama, que segue o filme, consegue também encaixar alguns vilões e aliados extras, como Mistério e Lince Negra. Jogão da era passada.
The Lord of the Rings: The Return of the King | Produtora: EA | Lançamento: 2003 | Plataformas: PC/PS2/GC/Xbox
A EA já havia feito um belo trabalho com a adaptação do filme “O Senhor dos Anéis: As Duas Torres”, de Peter Jackson, mas foi em “The Return of the King” que a empresa conseguiu fazer fruir sua visão. O game é um beat’n up dos bons. Traz um sistema de progressão similar ao de um RPG (ainda que bem simplificado) e uma quantidade saudável de combos, além de vários personagens com estilos bastante diferentes.
No controle de Gandalf, Gimli, Legolas, Aragorn, Frodo, Sam e até personagens menores, como Faramir, o jogador se embrenhava pelas ruínas e cavernas da Terra Média, dilacerando orcs, uruk-hais e o que mais aparecesse pela frente. Os gráficos eram incríveis para a época: detalhados e com animações soberbas. Um pequeno clássico, levemente ignorado.
Lego Star Wars II: The Original Trilogy | Produtora: LucasArts | Lançamento: 2006 | Plataformas: PC/Mac/GC/PS2/Xbox/X360
Os épicos estelares de George Lucas, nas décadas de 1970 e 1980, eram uma amálgama coesa de homenagens a diversos estilos cinematográficos. Se você fosse um cinéfilo, veria ali faroestes, filmes de samurais e, claro, muita ficção científica. Mas o que importava era a diversão. E nenhum game de “Star Wars” capturou tão bem isso quanto a série “Lego”.
“Lego Star Wars II: The Original Trilogy” se beneficia de ter uma jogabilidade divertida, com foco em seu modo cooperativo, aliada a um design simples e charmoso. O game é fácil, mas o objetivo é arrancar risadas, com inteligentes sátiras a cenas clássicas da amada trilogia original. De Hoth a Endor, a Força esteve com este game.
Batman | Produtora: Sunsoft | Lançamento: 1990 | Plataforma: NES
Às vezes, o melhor a fazer com uma adaptação cinematográfica é praticamente ignorar o material de origem. É assim que funciona “Batman”, para o saudoso NES, que adapta, na mais ampla utilização do termo possível, o primeiro filme de Tim Burton com o homem morcego. O que está no game? Michael Keaton na tela inicial, o Batmóvel em uma pequena introdução e o confronto final com o Coringa. O que é diferente? Todo o resto.
A trilha sonora é uma das melhores do NES e não faz o jogador sentir falta dos sombrios acordes de Danny Elfman. A jogabilidade é afiada e o herói distribui socos e até mesmo dispara mísseis em soldados. E quando o jogador morre, Batman se torna um morcego em chamas. Que Burton nos desculpe, mas isso é incrível.
The Chronicles of Riddick: Assault on Dark Athena | Produtora: Atari | Lançamento: 2009 | Plataformas: X360/ PS3/PC/Mac
“Eclipse Mortal” foi um filme obscuro de horror e ficção científica, com Vin Diesel no papel do impiedoso Riddick, um personagem de moral dúbia e violento até a alma. A sequência, “A Batalha de Riddick”, foi um fracasso, mas gerou, de alguma forma, um dos FPS mais viscerais e interessantes, “The Chronicles of Riddick: Escape from Butcher Bay”.
No game, Riddick precisa escapar da prisão de segurança máxima Butcher Bay. Para fazer isso, o jogador precisa se esgueirar pelos cantos, esmurrar a cara de outros presidiários e enfiar facas improvisadas na jugular de guardas.
Em 2009 o game ganhou uma expansão, “Assault on Dark Athena”, que era inferior ao original, mas vinha com um bônus impressionante: “Escape from Butcher Bay “refeito com gráficos de última geração. Esse pacote, nem o carrancudo Riddick recusaria.
X-Men Origins: Wolverine (Uncaged Edition) | Produtora: Activision | Lançamento: 2009 | Plataformas: PC, Xbox 360 e PS3
Para liberar logo o caminho: o filme que gerou este game é uma atrocidade. Mas, surpreendentemente, o jogo não afundou ainda mais. Seguindo muito levemente a trama do filme, o game, no fim das contas, não passa de um beat’n up passável, com bons gráficos. Mas o que ele faz na lista? Simplesmente acertou na mosca na representação de Wolverine.
Ok, o mutante baixinho e canadense invocado ainda tem a cara de um australiano alto e galã, mas Wolvie nunca esteve tão violento. No game, ele rasga, arranca membros e despedaça os inimigos com uma brutalidade que faz qualquer fã de quadrinhos sorrir.
Outro detalhe é a representação do fator de cura: quando toma pancadas, Wolverine começa a ser perfurado e dilacerado, mostrando pedaços de seu esqueleto que, dependendo da parte do game que o jogador está, é de osso ou adamantium. E ainda é possível fazer isso usando o uniforme dos quadrinhos. Para fãs, é obrigatório, no mínimo, jogar.
007: Goldeneye | Produtora: Rare | Lançamento: 1997 | Plataforma: Nintendo 64
Em 1995, o espião britânico mais famoso do mundo retomou as atividades após uma pausa que pegou todo o começo da década. Com Pierce Brosnan no papel principal, “Goldeneye” é um dos melhores filmes da história recente do agente secreto. Dois anos depois, a Rare lançou a adaptação no Nintendo 64 e criou um dos melhores FPS da história.
O game segue, com algumas licenças poéticas, a trama do filme. Mas o que impressionava era a jogabilidade, uma das primeiras vezes que o gênero se adaptou a um console, os gráficos, impressionantes para a época, e o modo multiplayer, que usava com maestria os quatro controles do Nintendo 64. Um clássico intocável e tão imortal quanto o próprio James Bond.
Disney’s Aladdin | Produtora: Virgin Interactive | Lançamento: 1993 | Plataforma: Mega Drive
“Disney’s Aladdin” é um exemplo de como adaptar um filme para um game. Os gráficos são absolutamente fiéis aos da animação, com alguns dos sprites mais detalhados da época, no Mega Drive. A trilha sonora com clima árabe também sobrevive ao teste do tempo.
A jogabilidade é sólida, um dos games de plataforma mais divertidos da época. O game seguia também uma estrutura fiel ao filme em sua história, começando com a perseguição de Aladdin pelas ruas e terminando com um confronto com Jaffar no palácio. Um clássico, assim como o filme.
Street Fighter: The Movie | Produtora: Capcom | Lançamento: 1995 | Plataforma: PlayStation e Sega Saturno
Aqui começa o mergulho rumo ao abismo. “Street Fighter: The Movie” é uma aberração. É um jogo baseado em um filme baseado em um jogo. Se sua cabeça deu uma volta com isso, você não está sozinho.
Usando gráficos similares a “Mortal Kombat”, ironicamente, com fotografias dos atores servido de personagens, em vez de sprites totalmente animados, o game acabou saindo como uma versão muito mais dura e patética de “Street Fighter II”, esse sim, um grande clássico. Mas a questão que fica é a seguinte: se o game acabou sendo um clone mal ajambrado de “Street Fighter II”, o que justifica sua existência? Nada. Essa é a resposta.
E.T. – The Extra Terrestrial | Produtora: Atari | Lançamento: 1982 | Plataforma: Atari 2600
Existem jogos ruins. Existem jogos péssimos, abomináveis. Mas só há um game que foi praticamente responsável pelo colapso de uma indústria. “E.T. – The Extraterrestrial”, para Atari 2600 é considerado um dos responsáveis pela crise que quase matou os videogames em sua infância. E o filme é um hit dos mais simpáticos.
Bater nos gráficos do Atari 2600 é quase injusto, mas em clássicos como Breakout e Pitfall, pelo menos era possível, com alguma imaginação, saber o que diabos estava acontecendo. Em “E.T.”, formas disformes vagavam por telas coloridas, como um pesadelo em Technicolor e a jogabilidade era virtualmente inexistente.
Milhares de cópias ficaram encalhadas nas lojas foram enterradas em um deserto no Novo México, como se fossem lixo tóxico. “Superman 64” tem a reputação de ser o pior game de todos, mas o páreo é duríssimo: o homem de aço pode ter afundado a vida de alguns jogadores, mas não quase arrastou todo o mercado para o abismo.
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