Primeiras impressões: como o controle sensível ao toque deixa o NGP mais interessante

Mais um produto hi-tech da Sony cheio de grande expectativas. Já vimos isso antes, certo? Mas o que realmente chama a atenção no NGP, ou “Next Generation Portable”, é uma nova maneira de interagir com os jogos.

O NGP tem algo simples, que chama a atenção logo de cara. Se a Nintendo foi a pioneira nos jogos sensíveis ao toque, ele mostra que a Sony está rompendo novas barreiras nessa área.

Na parte de trás do portátil existe um “touchpad” do mesmo tamanho da tela, e pude testar isso na prática com a versão demo de Little Deviants. Sua missão no jogo é manipular bolinhas em uma paisagem de cartum. Mas se você tocar no painel traseiro, é como se seus dedos interferissem no terreno do cenário, alterando o relevo.

Então você move seus dedos pelo painel traseiro e o cenário do jogo ganha algumas montanhas. Se você tirar as mãos, o cenário volta ao normal, como se você estivesse movimentando a mão sob uma toalha em cima da mesa. A mecânica de jogo é amigável o suficiente para demonstrar as funcionalidades do painel sensível ao toque. Little Deviants parece até mesmo uma demonstração técnica, mas no bom sentido. Outra função interessante é poder “pinçar” as bolinhas a partir da tela sensível ao toque, disparando-as como se fosse um estilingue.

Shuhei Yoshida, chefe global dos estúdios Sony, diz que os desenvolvedores também poderão usar o painel traseiro como botões extra ou até atalhos para alguns comandos. E a Sony espera que isso resulte em novas maneiras de jogar.

Até mesmo os movimentos familiares de Uncharted, o segundo jogo que testei, ganham uma cara totalmente nova com o NGP. Você pode tocar no painel traseiro, como se estivesse massageando o portátil, para realizar comandos que fariam mais sentido com as alavancas analógicas.

Os controles sensíveis ao toque na tela também funcionaram bem na aventura de Nathan Drake. Você pode tocar em galhos e beiradas do cenário, por exemplo, para fazer Drake pular automaticamente e se agarrar nas paredes. Isso deixa o sistema de jogo tradicional de Uncharted muito mais fácil, mas funciona bem. Outro detalhe bacana é que a tela não fica muito longe das alavancas, então as intervenções na tela de toque podem ser rápidas, sem atrapalhar os comandos tradicionais.

A presença de dois direcionais deixou Uncharted com mais cara de… Uncharted. É a sensação autêntica de usar um controle de PlayStation 3, um sistema de controle mais prático do que era no PSP original.

Na versão demo, a inteligência artificial parecia um pouco “emburrecida” para que todos pudessem testar os comandos sem errar. Você se aproxima de um inimigo por trás, por exemplo, e toca na tela do NGP para empurrar o sujeito penhasco abaixo.

Mas, atenção. Por mais poderoso que seja o novo portátil da Sony, ele não é capaz de produzir um visual do nível do PlayStation 3. Shuhei Yoshida deixa claro que ele apenas “chega perto” do irmão mais velho.

Apesar de Uncharted no NGP parecer uma adaptação direta do primeiro jogo, trata-se de um projeto totalmente novo. Ele traz novidades, como a possibilidade de Drake tirar fotos. Você clica no ícone de câmera na tela do portátil e entra no “modo fotografia”. Valendo-se do giroscópio, então, você pode girar o portátil para conseguir novos ângulos do cenário. Toque na tela para dar zoom e capturar a imagem. Outra novidade é uma visão em primeira pessoa para tiros de precisão (sniper). Ao pegar um rifle de longa distância na demo, acionei a visão de luneta com o botão “shoulder” esquerdo e passei a mirar com a movimentação do giroscópio. Como o jogo ainda está em desenvolvimento, a Sony ainda não sabe se o modo sniper será controlado apenas com o giroscópio ou terá outras opções.

Além de Uncharted, outras séries estabelecidas no PS3 vão ganhar versões para o NGP. A lista tem Killzone, Resistance, Wipeout e LittleBigPlanet, por exemplo.

Na apresentação desta quinta-feira (27) em Tóquio, as cenas de Uncharted 3 pareceram muito próximas do visual de um PlayStation 3 – não com a mesma qualidade, mas algo próximo. Lost Planet 2, da Capcom, porém, já tinha cenários muito “pixelados” e visual imperfeito. Se Uncharted parecia PS3, Lost Planet 2 parecia PS2.

fonte: Kotaku