O vírus "Stuxnet", considerado por especialistas a praga digital mais sofisticada já criada, teria sido resultado de uma operação conjunta dos Estados Unidos com Israel, segundo reportagem do jornal “New York Times”. O periódico afirma que a missão do vírus era causar danos às centrífugas da usina nuclear iraniana de Natanz, e que esse objetivo foi alcançado, atrasando o programa nuclear iraniano em pelo menos cinco anos.
O "Stuxnet" atacava controladores lógicos industriais da Siemens, alterando suas configurações para sabotar as centrífugas das usinas. De acordo com o jornal, a companhia teria auxiliado a criação do vírus, embora sem ter intenção, quando compartilhou dados de vulnerabilidades em seus produtos com um programa do governo dos Estados Unidos que buscava aumentar a segurança de sistemas industriais.
Israel teria testado o código do vírus em instalações de Dimona, usando centrífugas e controladores idênticos aos iranianos.
O jornal observa que nenhum especialista norte-americano ou israelense consultado confirmou a origem do vírus, mas que, ao mesmo tempo, “nenhum deles conseguiu esconder um sorriso de orgulho” ao comentar sobre as dificuldades impostas no avanço do programa nuclear iraniano.
Russos temem 'Chernobyl iraniano'
O jornal “The Daily Telegraph” diz ter obtido um relatório escrito por cientistas russo preocupados com os estragos causados pelo vírus "Stuxnet". Segundo eles, não há dados suficientes para determinar se as usinas nucleares estão em condições seguras de operação.
A usina de Bushehr começou a ser preparada em outubro e deveria fornecer energia elétrica para os iranianos a partir da metade deste ano. Relatos afirmam que a usina também teria sido atacada pelo "Stuxnet", gerando as preocupações dos russos que estão auxiliando o programa nuclear do Irã.
No documento, os cientistas se dizem preocupados com a possibilidade de um “Chernobyl iraniano”, em referência ao acidente ocorrido na usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, que na época estava sob responsabilidade russa como parte da União Soviética. O acidente, ocorrido em 1986, causou 56 mortes diretas e até 4 mil mortes indiretas, segundo estimativas, além de ter deixado a região inabitável.
Os cientistas pedem ajuda ao Kremlin e afirmam que o governo do Irã não pretende permitir que novos testes de segurança sejam realizados, porque o programa nuclear já está com uma década de atraso.
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