domingo, 10 de abril de 2011

Prévia: Bioshock Infinite



Para muitos, Bioshock foi simplesmente um jogo de tiro em um calabouço em decadência; ou atirando abelhas ou chamas em várias pessoas gritando aos ecos. Mas na verdade, Bioshock foi um marco na indústria de games, pois mostra que os jogos podem ser muito mais do que um mero entretenimento eletrônico. Bioshock foi um questionamento filosófico disfarçado em jogo, uma distopia desmoronando sobre o fracasso de uma sociedade estritamente baseada no “laissez faire”. Bioshock Infinite parece utilizar a mesma fórmula, mas com uma diferente filosofia e em uma diferente configuração. Usando Bioshock como modelo, podemos deduzir o que esperar da magnífica história do próximo jogo da Irrational Games.

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A produtora revelou que Columbia, a cidade flutuante em que acontecem os eventos de Bioshock Infinite, é o resultado de um tema político comum no começo do século XX: o jingoísmo. De acordo com o dicionário Oxford, jingoísmo é “um patriotismo extremo em forma de agressividade ao estrangeiro”. Na prática, refere-se à permissão ideológica do uso da força contra outros países em defesa dos interesses nacionais, e, assim, demostrando-se superior às outras nações.
Columbia foi desenvolvida como um “Paraíso Flutuante”, mas logo mostrou-se uma verdadeira nave de guerra, em que o governo americano não a considerou parte do seu território e abandonou-a ao esquecimento. Até este ponto, Columbia é a essência de Rapture, isolada e vítima das ideologias de seus membros mais poderosos na cidade. Estas ideologias deram culminaram em uma guerra civil pela luta de quem assumiria as regras da cidade utópica: os nacionalistas ou as pessoas.

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Em Bioshock, Andrew Ryan lutava contra parasitas sociais de diversas formas. Em Bioshock Infinite será os nacionalistas, puristas intolerantes que não querem ver nenhum estrangeiro parasitando a cidade, contra um grupo ideológico de lutadores proclamando a liberdade. De fato, a guerra civil que podemos esperar tem grande semelhança com os conflitos atuais na Líbia, onde há um poderoso exército sob a tirania de um líder contra forças locais de libertação.
Espere para ver e ouvir grandes propagandas dos dois lados. Doutrinação era a ordem de qualquer país recém-industrializado e nos Estados Unidos não foi muito diferente. O excepcionalismo americano que constituiu Columbia também deu ignição à transição da América do Norte no maior produtor de bens manufaturados do mundo. Incontáveis charges e campanhas políticas garantiam ideologicamente aos americanos que todos os outros países do mundo ou atrasavam os Estados Unidos ou eram contra ele. Espere ver isso em exagero em Bioshock Infinite. De fato, foi nesta época que os políticos tentaram conquistar o “coração e a mente” das forças opositoras em vez de apenas derrotá-los com o direito que se permitiam.

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O lado nacionalista será o ápice do racismo do começo dos anos 1900. Na mesma época que os Estados Unidos estavam se tornando a potência mundial, eles também estavam encontrando problemas com a imigração europeia. Vista como uma potência em grande ascensão, os Estados Unidos logo se tornaram o destino de paupérrimos europeus incapazes de sobreviver ao sistema de seus países de origem. Assim que imigrantes começaram a ter uma expressividade numérica, os políticos tentaram formular planos para lidar com eles, o que resultaram basicamente em políticas racistas e xenofóbicas. Americanos não queriam estrangeiros interferindo em seu país, e os nacionalistas de Columbia sentiram-se da mesma forma, expressando-se por pôsteres gigantes e slogans exaltando a grande da América.
A propaganda dos lutadores pela liberdade é similar a dos inimigos de Andrew Ryan em Bioshock e em Bioshock 2. Tanto Atlas quanto Sofia Lamb usavam pôsteres e frases de impacto para atrair seguidores na sua causa de lutar pela população. Os Estados Unidos, na virada do século, viram muito disto, mas, na verdade, não havia muito espaço para este tipo de atitude sem sentido enquanto buscavam ideais de crescimento. Até uma filósofa anarquista, Emma Goldman, foi deportada à Rússia pelas suas ideias radicais. Vários outros foram presos ou até mesmo ‘silenciados’. Fontes de supostos ateístas e anarquistas foram destruídas. Então espere para ver um grupo em alta desvantagem e individuais idealistas lutando inutilmente pelos seus ideais, usando quaisquer ferramentas (incluindo a propaganda) que tiverem disponíveis.

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Falando em ferramentas, as armas que se encontrarão no jogo provavelmente refletirão também os dois lados do conflito. Em um lado haverá dispositivos high techs produzidos em Columbia, usados pelos nacionalistas. Até onde foi mostrado, encontram-se metralhadoras, espingardas e rifles snipers, mas podemos esperar algo retrô-futurista da Irrational Games.
Pela mesma linha de raciocínio, podemos esperar o estilo de combate agressivo. As diferentes armadilhas de Bioshock foram expandidas e melhoradas em Bioshock 2, oferecendo incontáveis estratégias (algumas até hilárias) para a eliminação dos inimigos. A guerrilha dos lutadores pela liberdade é mais simples e dará ao personagem a necessidade de criar jogabilidades mais elaboradas. E partindo do princípio que o personagem protege uma donzela da nobreza, aquela tática de simplesmente soltar um plasmid e atacar não será suficiente.

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Bioshock Infinite atenderá o desejo de muitos fãs de presenciar a guerra civil que destruiu Rapture em uma diferente localização. O protagonista estará no meio da guerra em vez de presenciá-la apenas em seu declínio, e isto dará oportunidade de ver como a história se desenvolve para os dois lados. Isto quer dizer que estaremos mais lutando que metralhando sobreviventes mortos-vivos. Em vez disso, enfrentaremos grandes quantidades se soldados. Estar entre estes dois ideais terá um desenvolvimento rápido e intenso na história, mais uma vez profundamente baseada na filosofia nacionalismo desenfreada.
 fonte: Techtudo

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