O ano de 2010 foi muito bom para os games. Algumas grandes franquias marcaram presença, como Mario, em “Super Mario Galaxy 2”, algumas outras foram criadas ou reformuladas, como “Red Dead Redemption”, um sucessor espiritual bem modificado de “Red Dead Revolver”. A Activision acaba de bater o recorde de vendas em um lançamento de game com “Call of Duty: Black Ops”. O mercado vai bem!
Mas o maior indicador de um bom ano é a escassez de jogos verdadeiramente ruins. O ano não testemunhou o lançamento de tantas bombas assim. A lista do MSN Jogos, que você confere a seguir, compila os piores títulos de 2010, mesmo que muitos deles sejam apenas irreparavelmente medíocres. Outros sucumbiram diante do hype. Outros foram simplesmente irritantes.
Final Fantasy XIV | Produtora: Square Enix | Lançamento: 2010 | Plataforma: PC
A segunda investida da Square Enix no mercado de MMORPGs mostra o quanto a empresa não aprendeu com o primeiro game do estilo, “Final Fantasy XI”. Cheio de problemas no lançamento, com bugs e glitches, “Final Fantasy XIV” ainda conta com sistemas retrógrados e entediantes de jogabilidade, além de mecânicas datadas. A falta de qualidade do game, inclusive, motivou a Square Enix a manter o jogo gratuito – ou seja, sem mensalidades – para os jogadores, pelo menos até consertar os glitches.
Lost Planet 2 | Produtora: Capcom | Lançamento: 2010 | Plataformas: PC/PS3/X360
Quando uma sequência puxa tudo o que deu errado em um game e abandona tudo o que deu certo, há evidentemente algo de esquisito no ar. “Lost Planet 2” manteve a jogabilidade estranha do primeiro da franquia, mas removeu o charme solitário de caçar aliens em um planeta congelado. Em vez disso, força uma mecânica com foco no modo cooperativo que, no modo online, funciona, dentro das limitações do game e no modo offline, mal funciona. A história desconexa e desinteressante e a IA patética terminam de minar este game, que se perdeu no meio do caminho.
APB | Produtora: Realtime Worlds | Lançamento: 2010 | Plataforma: PC
A premissa: uma guerra de facções permanente em um ambiente online dinâmico, com elementos de MMORPGs a “GTA IV”. A realidade: um desequilibrado e desinteressante game de tiro em terceira pessoa, que não conseguiu alcançar metade de suas ambições. A cereja no bolo de “APB” é que sua desenvolvedora precisou abandonar o game no meio do caminho, deixando seus jogadores órfãos de suporte e servidores oficiais. Fracasso em todos os níveis.
Kane & Lynch 2: Dog Days | Produtora: IO Interactive | Lançamento: 2010 | Plataformas: PC/PS3/X360
O visual de “Kane & Lynch 2: Dog Days” é bem tosco, mas isso é uma coisa boa, cortesia da interessante estética de “vídeo do Youtube” adotada pelo jogo. O que a IO Interactive esqueceu de avisar é que a jogabilidade seguiria pelo mesmo caminho. Com uma campanha de menos de quatro horas e extremamente repetitiva, a segunda aventura dos violentos criminosos é um desperdício de tempo e dinheiro. Sério candidato ao pior do ano.
Dark Void | Produtora: Capcom | Lançamento: 2010 | Plataformas: PC/X360/PS3
O maior problema de “Dark Void” é não aproveitar sua premissa bem interessante em todo o seu potencial. Essencialmente um game de tiro em terceira pessoa genérico, “Dark Void” apostou em uma mecânica que permitia o protagonista do game voar em um jetpack. Quando o jogador tem a liberdade de voar pelo cenário, até esquece os gráficos genéricos, dos tiroteios entediantes, da história insossa e dos inimigos estúpidos. Nas longas partes que o jogador está preso ao solo, nada consegue esconder a verdadeira face medíocre do game. Fraco, ainda que essencialmente funcional.
Metroid: Other M | Produtora: Team Ninja | Lançamento: 2010 | Plataforma: Wii
Por muito tempo, Samus Aran, a protagonista da série “Metroid” ficou em silêncio. Nas raras vezes que a destemida heroína se manifestava, as falas não eram dubladas. Em “Metroid: Other M”, ela abre, pela primeira vez, o bico. O problema é que não sabe fechar. A corajosa mercenária que encarava com frieza os problemas nos outros jogos da franquia desaparece sob uma garota subserviente, medrosa e tagarela. A jogabilidade? É honesta. Os gráficos? Estão entre os mais interessantes do Wii. O problema aqui é manchar um dos maiores ícones da Nintendo com uma historia melodramática e equivocada.
Sonic: Free Riders | Produtora: Sega | Lançamento: 2010 | Plataforma: X360 (Kinect)
A linha inicial de games para o Kinect trouxe algumas esperadas coletâneas de minigames e demos de tecnologia glorificadas, como “Kinect Sports” e “Kinectimals”. Dentre os títulos mais hardcore, surgia o ouriço azul da Sega, Sonic, com “Sonic: Free Riders”. O problema? O game não funciona. Os sensores do Kinect ou não reconhecem leves movimentos do jogador ou reconhecem em excesso, o modo para dois jogadores é uma piada de mal gosto e até mesmo os gráficos são uma afronta ao poder do Xbox 360. Pobre Sonic.
Iron Man 2 | Produtora: Sega | Lançamento: 2010 | Plataformas: X360/PS3/PC/Wii/DS/PSP
Adaptações de filmes para games geralmente tem um resultado abaixo do esperado. Os estúdios precisam correr com o desenvolvimento para entregar o game no prazo e o resultado final é visivelmente afetado. Com “Iron Man 2”, não é diferente. Gráficos terríveis, jogabilidade lamentável e dublagens abaixo da crítica (Robert Downey Jr. não participou das gravações e Don Cheadle entrega as falas sem emoção alguma) minam o game, que é baseado em um ótimo filme.
Alpha Protocol | Produtora: Obsidian Entertainment | Lançamento: 2010 | Plataformas: PC/PS3/X360
A ideia de juntar um RPG de ação como “Mass Effect” e uma trama de espionagem que não ficaria devendo nada a Jason Bourne não é uma ideia ruim. A execução de “Alpha Protocol”, no entanto, é um pouco desbalanceada. Pistolas são basicamente inúteis no game, por terem pouca precisão e algumas habilidades são poderosas demais, como a camuflagem que deixa o jogador invisível e permite assassinatos furtivos até com o inimigo de frente. No meio da jogabilidade meio caótica e uma história rocambolesca, há de se valorizar um sistema de diálogos impressionante, mas não é muito mais que isso.
Front Mission Evolved | Produtora: Double Helix | Lançamento: 2010 | Plataformas: PS3/X360/PC
A Double Helix, conhecida por tentar apimentar a fórmula de “Silent Hill” com o fraco “Homecoming” tenta mais uma vez agitar alguma propriedade intelectual, com parcos resultados. O estúdio resolveu transformar os tradicionais games “Front Mission”, normalmente jogos de estratégia tática, em um game de ação em terceira pessoa. Seria possível ignorar a manobra equivocada, que consegue alienar todos os públicos alvo possíveis, se a jogabilidade fosse incrível. Não é. É medíocre no máximo e ruim em seus momentos mais sombrios. Passe longe.
Quantum Theory | Produtora: Tecmo | Lançamento: 2010 | Plataformas: X360/PS3
Não é fácil fazer um game de tiro em terceira pessoa atualmente sem prestar algum tributo a “Gears of War”. O game, desenvolvido pelo amalucado Cliff Bleszinski e sua equipe na Epic, é um marco na atual geração, definindo como é o padrão de tiroteios usando pontos de cobertura.
“Quantum Theory” tenta ser “Gears of War”, com um orçamento constrangedoramente menor, uma história ainda mais absurda, jogabildidade derivativa, gráficos lavados e design sem originalidade – basicamente copiado de “Gears”. Se fosse um bom clone de “Gears of War”, “Quantum Theory” poderia ter seu lugar ao sol. O problema é que o game é, basicamente, uma versão diluída do shooter da Epic.
Prison Break: The Conspiracy |Produtora: Deep Silver | Lançamento: 2010 | Plataformas: PC/PS3/X360
Se games baseados em filmes são abismos de qualidade, jogos baseados em seriados sofrem maldições similares. Na história recente, “Lost” gerou um game medíocre e, agora, foi a vez de “Prison Break”, que ficou bem abaixo da média.
Com sistemas de jogabilidade mal elaborados, como mecânicas mambembes de luta e furtividade mal implementada, o game se arrasta em uma série de “quick-time events” (sequências nas quais o jogador precisa apertar o botão correto no momento correto, geralmente uma fração de segundo, para prosseguir). Os gráficos temíveis completam o pacote, que devia ser o bastante para condenar o estúdio à cadeia.
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