quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Crysis 2: feito para os fãs de tiroteio 'cerebral'



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Eu precisei jogar Crysis 2 para apreciá-lo de verdade. Não teria sido o bastante simplesmente sentar ao lado de Cevat Yerli, presidente da Crytek, enquanto ele jogava. Felizmente, Yerli me entregou o controle após algum tempo de jogo em uma demonstração em Nova York há algumas semanas.

Os jogos de tiro em primeira pessoa parecem todos iguais ultimamente. Crysis 2, por sua vez, tem como cenário uma Nova York semi-destruída, e você vê o mundo sobre o cano de uma arma enquanto mata alienígenas robóticos futuristas. Não parecia ser algo novo ou diferente e, no entanto, Yerli repetia constantemente o quão diferente ele queria que Crysis 2 fosse: “Nós não queremos ser Call of Duty”, ele disse.”Nós não queremos ser Halo. Queremos permanecer fiel a Crysis”.

Mas eu só fui capaz de entender quando o controle passou para as minhas mãos. Crysis 2 não se parece com Call of Duty e muito menos com Halo. Mesmo quando jogamos em um Xbox 360, como eu fiz. A principal diferença está na possibilidade de poder pensar e planejar as suas próximas ações.

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“Todo mundo vai ter sua própria micro-história”, disse Yerli, falando o tipo de frase que soa muito bem quando uma empresa está divulgando um novo jogo. Mas o que isso realmente significa?

Significa controle. Logo que assumi o controle em uma fase de Crysis 2, eu percebi que estava decidindo as coisas. Eu estava jogando no que Yerli gosta de chamar de uma”sandbox coreografada”.

Eu estava na base do braço da Estátua da Liberdade que, de alguma forma, havia sido jogada no meio de Manhattan. Parecia que o chão havia explodido, destruindo prédios, atirando carros e destruindo um trem. Os alienígenas montavam guarda em diversos postos nas proximidades.

Yerli mostrou como a nanosuit (a espécie de roupa biônica que melhora meus atributos físicos) do personagem trabalha na continuação de Crysis. A roupa tem um medidor de energia que se desgasta quando o jogador ativa os modos de armadura e furtividade ou quando modifica uma ação (saltar, correr ou luta corpo a corpo) para adicionar mais “poder” a elas – assim como no primeiro jogo.

Eu estava ciente de minhas opções. Eu poderia correr para a batalha, ativando o modo armadura para absorver as balas e talvez gastar um pouco da minha energia dando um superpulo para fora do fogo cruzado. Eu poderia me aproximar sorrateiramente usando o modo furtivo, que drena a energia de minha nanosuit lentamente enquanto eu estou parado, mas rapidamente se eu corro – e completamente, se eu disparo um tiro. Assim como no primeiro jogo, a energia se recupera automaticamente com o tempo. Eu também poderia usar um visor para mirar em inimigos com maior facilidade, entrar na batalha com uma rasteira deslizante ou usar um sistema de coberturas para avançar lentamente. Eu também poderia parar e personalizar as minhas armas com peças novas.


Yerli apontou para um carro que estava próximo a uma beirada, acima de um inimigo, e garantiu que eu poderia subir lá e derrubá-lo para esmagar meu inimigo.

Como já tantas vezes fazemos em uma fase difícil de Halo, eu me joguei no meio da ação, fui baleado e recuei para tentar novamente. Mas, diferente de Halo, eu senti que tinha escolhas que poderiam alterar radicalmente a minha experiência de jogo. Eu estava sentindo-me cada vez mais próximo de BioShock em termos de variedade tática (mas não em termos de história complexa). Eu poderia atravessar Crysis 2 como um maníaco atirando em tudo e todos, mas eu tinha também a opção de seguir de forma furtiva e sorrateira. Yerli explicou a codificação das cores que eu via ao redor dos inimigos: vermelho mostra que eles estão me procurando, amarelo mostra que eles estão alertas e verde significa que eles não fazem ideia de que eu estou ali. Yerli pedia para que eu me esgueirasse por trás de um deles para executar uma morte furtiva.

Yerli contou também que sua equipe estava fazendo Crysis 2 para os “jogadores pró-ativos, e não reativos”. Ele admira o sucesso da série Call of Duty, mas acha que ela é linear demais. ”Eu penso que, nos últimos anos, o mercado de shooters virou uma coleção de montanhas russas”, disse ele. ”Eu realmente acredito que o Santo Graal desse gênero é o sandbox coreografado”.

Mais de uma vez, ele falou sobre o ato de “pensar” durante um jogo de tiro. E pensar era o que eu estava fazendo: pensava se poderia cair na porrada com aquele inimigo ou se deveria apenas baleá-lo.

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á outros detalhes interessantes sobre Crysis 2. A história fala de um homem moribundo que lhe dá a sua nanosuit e do presidente da empresa que faz as nanosuits, que está se preparando para o apocalipse. Você pode jogar Crysis 2 em 3D. Você pode se embasbacar com a nanosuit e todos os seus movimentos e habilidades. O chefe da Crytek duvida que seja possível liberar todas essas habilidades jogando o game apenas uma vez. Yerli também pediu para que não deixássemos de falar sobre o modo multiplayer, que ele afirma consumir 60 horas de jogo apenas para que se atinja o nível máximo com seu personagem. O modo multiplayer está sendo feito por uma equipe exclusiva de 70 pessoas, dedicada inteiramente a essa tarefa.

Nenhum desses detalhes, porém, é o que faz Crysis 2 parecer um shooter que pode se destacar entre tantos outros que serão lançados em 2011. O que diferencia Crysis 2 é a liberdade que o jogo oferece, a chance de poder fazer escolhas. É a possibilidade de decidir como você quer jogar que gerou uma legião de fãs para o Crysis original, enquanto a maioria só conseguia falar dos gráficos.

Eu não fui atropelado por uma enorme variedade tática em Crysis 2. As opções disponíveis podem ser muito escassas às vezes, e elas são, sem sombra de dúvida, versões simplificadas das opções de que dispúnhamos no primeiro Crysis. Mas, mesmo assim, elas ainda são mais complexas do que a maioria do que vemos nos jogos de tiro atuais. Elas nos fazem pensar sobre como lutar.

Crysis 2 é o tipo de jogo que você precisa jogar para julgar. Ele será lançado em março de 2011 para Xbox 360, PlayStation 3 e PC. Torça para que a Crytek libere uma demonstração antes disso, assim você poderá sentir se ele é um shooter que vai mesmo desafiar seu raciocínio – se for isso que você procura de verdade.

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