Em uma ação sem precedentes, o governo do Egito derrubou todas as comunicações via internet com o exterior
Os protestos contra o governo do ditador egípcio Hosni Mubarak, há 30 anos no poder do país, atingiram uma escala sem precedentes na história quando a autoridade máxima do Egito decidiu puxar o plugue da internet e dos serviços de comunicação.
Pela primeira vez na história um governo nacional cortou absolutamente todas as comunicações via internet de um país, o que era impensável para muitos especialistas em tecnologia.
Os serviços dos quatro grandes provedores de internet egípcios – Link Egypt, Vodafone/Raya, Telecom Egypt e Etisalat Misr foram cortados na madrugada desta sexta-feira, segundo informam agências de notícias de todo o mundo.
O blog da empresa britânica especializada em segurança de rede, Renesys, registrou uma queda em virtualmente todas as rotas que levam a rede ao Egito, bloqueando qualquer caminho pelo qual o resto do mundo poderia entrar em sites do país – todos os endereços de internet estão inacessíveis.
Um único provedor de serviço foi mantido ativo pelo governo. O Noor Group tem a totalidade de suas 83 rotas ativas para seus consumidores. O motivo, segundo a Renesys, pode ser o fato de que sob o grupo está hospedada a Bolsa de Valores local. O governo poderia estar tentando evitar um possível colapso econômico, plausível no caso de o mercado financeiro sofrer um apagão de comunicações.
O site lembra outras situações onde houve bloqueio governamental: a Tunísia, por exemplo, bloqueou algumas rotas para sites específicos. Já no Irã, a banda de acesso à rede é mantida a níveis mínimos. Nada, porém, se compara ao que aconteceu no Egito.
Especialistas já se mostram preocupados com o precedente aberto pelo Egito. Em países onde o acesso à internet está nas mãos de poucos provedores o golpe seria possível, mas pouco provável onde o acesso é descentralizado, como aponta Jim Cowie, executivo de comunicações da Renesys, em entrevista para a Reuters: “Quantas pessoas seriam necessárias para tirar a internet do ar em um país como os EUA? Centenas? Milhares? Nós temos tanto acesso aqui que é possível criar uma pequena internet particular”, aponta.
Mas é importante lembrar que mesmo nos EUA existem legisladores interessados em criar um botão de “desligar” para a internet em caso de grandes ameaças. Só não ficam claras quais seriam essas ameaças.
fonte: Tecnologia/Br
Os protestos contra o governo do ditador egípcio Hosni Mubarak, há 30 anos no poder do país, atingiram uma escala sem precedentes na história quando a autoridade máxima do Egito decidiu puxar o plugue da internet e dos serviços de comunicação.
Pela primeira vez na história um governo nacional cortou absolutamente todas as comunicações via internet de um país, o que era impensável para muitos especialistas em tecnologia.
Os serviços dos quatro grandes provedores de internet egípcios – Link Egypt, Vodafone/Raya, Telecom Egypt e Etisalat Misr foram cortados na madrugada desta sexta-feira, segundo informam agências de notícias de todo o mundo.
O blog da empresa britânica especializada em segurança de rede, Renesys, registrou uma queda em virtualmente todas as rotas que levam a rede ao Egito, bloqueando qualquer caminho pelo qual o resto do mundo poderia entrar em sites do país – todos os endereços de internet estão inacessíveis.
Um único provedor de serviço foi mantido ativo pelo governo. O Noor Group tem a totalidade de suas 83 rotas ativas para seus consumidores. O motivo, segundo a Renesys, pode ser o fato de que sob o grupo está hospedada a Bolsa de Valores local. O governo poderia estar tentando evitar um possível colapso econômico, plausível no caso de o mercado financeiro sofrer um apagão de comunicações.
O site lembra outras situações onde houve bloqueio governamental: a Tunísia, por exemplo, bloqueou algumas rotas para sites específicos. Já no Irã, a banda de acesso à rede é mantida a níveis mínimos. Nada, porém, se compara ao que aconteceu no Egito.
Especialistas já se mostram preocupados com o precedente aberto pelo Egito. Em países onde o acesso à internet está nas mãos de poucos provedores o golpe seria possível, mas pouco provável onde o acesso é descentralizado, como aponta Jim Cowie, executivo de comunicações da Renesys, em entrevista para a Reuters: “Quantas pessoas seriam necessárias para tirar a internet do ar em um país como os EUA? Centenas? Milhares? Nós temos tanto acesso aqui que é possível criar uma pequena internet particular”, aponta.
Mas é importante lembrar que mesmo nos EUA existem legisladores interessados em criar um botão de “desligar” para a internet em caso de grandes ameaças. Só não ficam claras quais seriam essas ameaças.
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