Depois de ‘GTA’ e ‘Red Redemption’, a Rockstar agora aposta em um jogo que revive o clime dos filmes de detetive dos anos 1940. Fomos à Nova York conferir de perto o lançamento e podemos garantir: esses caras não dão mesmo ponto sem nó!
É janeiro de 2011 em Nova York. A cidade está tomada por gelo. A temperatura insiste em passear pelos -7°. Estamos em Soho, bairro chique de Manhattan, apropriado para fazer compras caso você goste de butiques. O prédio da Rockstar fica em uma rua agitada, quase vizinho de uma Best Buy, uma das mais famosas lojas de artigos eletrônicos.
O escritório aloja-se no quarto piso de um prédio de oito andares. No hall de entrada, a parede exibe o famoso logotipo da empresa, em amarelo, com um R cheio de pompa selado na frente. Infelizmente, não era permitido fotografar, nem filmar nada lá dentro. Mas é compreensível: certas coisas são melhores mantidas em segredo para não perderem o brilho.
Tão familiarizado com a empresa quanto os seus simpáticos funcionários está Lulu, uma cachorra da raça Schnauzer que passeia pelos corredores da Rockstar pedindo carinho para os mais dispostos. Em uma das salas da companhia, com direito a quitutes e Coca-cola, nos foi apresentado - em formato de eyes-on - o mais novo jogo policial da companhia: “L.A. Noire”, que chegará no dia 17 de maio na América do Norte e 20 de maio na Europa, para PlayStation 3 e Xbox 360.
Durante mais de duas horas de bate-papo, descobrimos coisas que farão você ter a certeza que a Rockstar não brinca em serviço e que “L.A. Noire” é definitivamente outro daqueles jogos vibrantes que você precisa ter na sua estante.
“L.A. Noire” está em produção na Austrália, pela Team Bondi, mas conectado diretamente com a Rockstar. Esta é a primeira vez que a companhia - mãe de “Grand Theft Auto” e “Red Dead Redemption” - trabalha em conjunto com uma produtora de fora.
Ambientado na calorosa Los Angeles, o game situa-se no ano de 1947 e você assume o policial recém-ingressado ao Departamento de Polícia, Cole Phelps, que é representado pelo avatar de Aaron Staton, da série televisiva Mad Men.
Phelps é um sobrevivente da amarga Segunda Guerra Mundial e por conta de sua boa conduta recebeu uma Estrela de Prata, uma das maiores honraria que se pode conquistar durante a guerra. Como veterano, ele possui alguns pontos negros no passado, mas que prefere deixá-los mantidos em sigilo. Este é, então, o primeiro título da Rockstar que você joga com um personagem do lado do bem. Afinal, você é um policial e deve prevenir que crimes aconteçam.
Durante o período do pós-guerra, houve uma temporada de violência muito grande na região da então singela Los Angeles. Muitos crimes aconteceram e uma onda de detetives começou correr à solta na cidade. E é nessa pegada que “L.A. Noire” se agarra: na maior parte da jogatina, você estará atrás de pistas para descobrir quem cometeu e o que exatamente aconteceu nos crimes apresentados.
Será necessário utilizar habilidades para interrogar pessoas, obter evidências, explorar as cenas do crime e, claro, gastar seus próprios punhos ao entrar em tiroteios e guiar carros por toda uma Los Angeles virtual.
Porém, se você está achando que em “L.A. Noire” poderá passear em um mundo aberto e implantar o caos na cidade, pode se aquietar. Este é um título realmente diferente de tudo o que já foi criado pela Rockstar. Além de exigir perspicácia e trazer elementos de investigação, uma das novidades mais excitantes é uma tecnologia chamada de MotionScan.
Essa inovação capta a expressão dos rostos dos personagens e simula algo próximo a uma atuação. Isso quer dizer que se você já achava que muitos jogos se aproximavam de filmes, agora é hora de colocar seu queixo lá no chão e assistir a “atuação” dos personagens.
Com uma média de 30 missões principais, a que nos foi apresentada recebe o nome de The Fallen Idol e narra um caso de tráfico de drogas. Vale frisar que nem todos os crimes serão assassinatos. A variedade das missões se estende por tráfico, homicídio, incêndio doloso e crimes violentos envolvendo drogas/sexo.
Além disso, em todas as missões você contará com um parceiro diferente. Ele dará dicas e te guiará caso não saiba para onde ir. Você poderá bater papo com ele no carro, discutir pontos sobre o caso e sobre ao que está acontecendo. Na cena do crime, ele pode apontar algo interessante que você tenha passado despercebido.
Como um bom detetive, antes de tudo é importante vasculhar a cena do crime procurando por evidências. Quanto mais pistas conseguir, mais terá ideia do que ocorreu no local e poderá questionar às pessoas com mais sensatez.
É possível interagir com quase tudo do ambiente e encontrar um bom punhado de evidências nos objetos. Mas, na realidade, é preciso se concentrar em apenas algumas delas. Para usá-las no futuro, você terá um casaco em forma de menu que armazenará todas as pistas coletadas.
Como não dá só para contar com a memória, em “L.A. Noire” há um caderno de anotações no qual temos armazenados todos os dados importantes do jogo. A qualquer momento, é possível abrir o caderno e ver quais são os objetivos do caso. Deste modo, sempre que for interrogar alguém, você poderá contar com sua lista de questões para a testemunha ou o suspeito.
Na missão The Fallen Idol, a primeira interrogada é June Vallen, a motorista do carro. Com um estilo espontâneo e irreverente, June tem uma aparência que remete às atrizes de filme B e, ao que parece, estava drogada durante o crime. Como foi dito anteriormente, é importante checar o local do crime antes de ir aos interrogatórios, porque você terá pistas e muito mais o que questionar.
Além de fazer perguntas e ouvir respostas, entra em cena essa maravilha chamada MotionScan. Uma parte significativa do interrogatório se resume a olhar de perto o personagem e perceber o que suas feições demonstram. É possível procurar por diversos tipos de expressões faciais: tiques nervosos, olhos que fogem dos seus, coçadas na cabeça, movimentos inquietos. Esses sinais lhe guiarão para acreditar, ou não, na pessoa interrogada.
Se você, por algum motivo, achar que a pessoa está mentindo, poderá usar a função de reforçar dúvidas. Claro que nesta ação você estará ainda mais efusivo e durão. E, se mesmo assim, você sentir que a mentira paira no ar. Pimba! Você tira da manga uma evidência encontrada no local do crime e exibe com orgulho para a interrogada - que neste momento já está enrubescida.
Em filmes noir, o detetive sempre está no encalço de alguém, muitas vezes seguindo-o de carro. E é o que você fará: é legal seguir a suspeita até o próximo passo. Mas tudo isso discretamente para que ela não note, pois se perceber não será possível ter as evidências necessárias.
Durante toda a aventura, procure prestar bastante atenção aos sinais do jogo. Um deles é a trilha sonora. Nos momentos de investigação, a música muda levemente seu tom quando chegamos próximos de alguma pista. Por isso, deixe seus ouvidos sempre atentos.
Há certos aspectos em “L.A. Noire” que dependem das suas habilidades no jogo. Chegar ao local desejado a tempo de encontrar as pessoas, por exemplo, significará que se você tem um destino para uma pista. Ligue a sirene do carro e corra para chegar o mais rápido possível. Se bobear, pode chegar ao local e o suspeito já ter dado o fora.
Você poderá fazer quantas perguntas achar necessárias para os diferentes personagens. Claro que haverá momentos em que fará perguntas erradas ou agirá de modo que prolongue a investigação. Caso isso aconteça, precisará ir atrás das evidências de outra maneira. Em certos episódios, poderá interrogar pessoas aleatórias ou seguir para lugares diferentes. Em todos os casos, existe um modo mais eficiente de se concluir a missão, mas que não é o único. Aí vai depender da sua esperteza e do seu tino de detetive.
Na missão que nos foi apresentada, pudemos perceber um equilíbrio raro entre ação, interrogatórios e investigação. De acordo com representantes da Rockstar, nem todos os casos terão tiroteios, perseguições de carro ou pancadaria, mas todos eles terão ligações entre si.
Como em “Red Dead Redemption”, a produtora procurou trabalhar em cima de um pano de fundo morno, não tão hypado e transformar em algo surpreendente e estimulante aos olhos do jogador. Seria fácil criar um jogo com um mundo aberto, no qual você é um criminoso que anda para cima e para baixo com uma bazuca na mão. Mas isso não seria Rockstar.
“L.A. Noire” é muito mais que mundo aberto e tiros. É inteligência em forma de um produto jogável. No fim das contas temos a certeza de que ousadia é o que move o mundo!
* A jornalista Paula Romano viajou a Nova York a convite da Rockstar Games. Matéria escrita originalmente para a Revista EGW #111.
fonte: Jogos/Br
É janeiro de 2011 em Nova York. A cidade está tomada por gelo. A temperatura insiste em passear pelos -7°. Estamos em Soho, bairro chique de Manhattan, apropriado para fazer compras caso você goste de butiques. O prédio da Rockstar fica em uma rua agitada, quase vizinho de uma Best Buy, uma das mais famosas lojas de artigos eletrônicos.
O escritório aloja-se no quarto piso de um prédio de oito andares. No hall de entrada, a parede exibe o famoso logotipo da empresa, em amarelo, com um R cheio de pompa selado na frente. Infelizmente, não era permitido fotografar, nem filmar nada lá dentro. Mas é compreensível: certas coisas são melhores mantidas em segredo para não perderem o brilho.
Tão familiarizado com a empresa quanto os seus simpáticos funcionários está Lulu, uma cachorra da raça Schnauzer que passeia pelos corredores da Rockstar pedindo carinho para os mais dispostos. Em uma das salas da companhia, com direito a quitutes e Coca-cola, nos foi apresentado - em formato de eyes-on - o mais novo jogo policial da companhia: “L.A. Noire”, que chegará no dia 17 de maio na América do Norte e 20 de maio na Europa, para PlayStation 3 e Xbox 360.
Durante mais de duas horas de bate-papo, descobrimos coisas que farão você ter a certeza que a Rockstar não brinca em serviço e que “L.A. Noire” é definitivamente outro daqueles jogos vibrantes que você precisa ter na sua estante.
“L.A. Noire” está em produção na Austrália, pela Team Bondi, mas conectado diretamente com a Rockstar. Esta é a primeira vez que a companhia - mãe de “Grand Theft Auto” e “Red Dead Redemption” - trabalha em conjunto com uma produtora de fora.
Ambientado na calorosa Los Angeles, o game situa-se no ano de 1947 e você assume o policial recém-ingressado ao Departamento de Polícia, Cole Phelps, que é representado pelo avatar de Aaron Staton, da série televisiva Mad Men.
Phelps é um sobrevivente da amarga Segunda Guerra Mundial e por conta de sua boa conduta recebeu uma Estrela de Prata, uma das maiores honraria que se pode conquistar durante a guerra. Como veterano, ele possui alguns pontos negros no passado, mas que prefere deixá-los mantidos em sigilo. Este é, então, o primeiro título da Rockstar que você joga com um personagem do lado do bem. Afinal, você é um policial e deve prevenir que crimes aconteçam.
Durante o período do pós-guerra, houve uma temporada de violência muito grande na região da então singela Los Angeles. Muitos crimes aconteceram e uma onda de detetives começou correr à solta na cidade. E é nessa pegada que “L.A. Noire” se agarra: na maior parte da jogatina, você estará atrás de pistas para descobrir quem cometeu e o que exatamente aconteceu nos crimes apresentados.
Será necessário utilizar habilidades para interrogar pessoas, obter evidências, explorar as cenas do crime e, claro, gastar seus próprios punhos ao entrar em tiroteios e guiar carros por toda uma Los Angeles virtual.
Porém, se você está achando que em “L.A. Noire” poderá passear em um mundo aberto e implantar o caos na cidade, pode se aquietar. Este é um título realmente diferente de tudo o que já foi criado pela Rockstar. Além de exigir perspicácia e trazer elementos de investigação, uma das novidades mais excitantes é uma tecnologia chamada de MotionScan.
Essa inovação capta a expressão dos rostos dos personagens e simula algo próximo a uma atuação. Isso quer dizer que se você já achava que muitos jogos se aproximavam de filmes, agora é hora de colocar seu queixo lá no chão e assistir a “atuação” dos personagens.
Com uma média de 30 missões principais, a que nos foi apresentada recebe o nome de The Fallen Idol e narra um caso de tráfico de drogas. Vale frisar que nem todos os crimes serão assassinatos. A variedade das missões se estende por tráfico, homicídio, incêndio doloso e crimes violentos envolvendo drogas/sexo.
Além disso, em todas as missões você contará com um parceiro diferente. Ele dará dicas e te guiará caso não saiba para onde ir. Você poderá bater papo com ele no carro, discutir pontos sobre o caso e sobre ao que está acontecendo. Na cena do crime, ele pode apontar algo interessante que você tenha passado despercebido.
Como um bom detetive, antes de tudo é importante vasculhar a cena do crime procurando por evidências. Quanto mais pistas conseguir, mais terá ideia do que ocorreu no local e poderá questionar às pessoas com mais sensatez.
É possível interagir com quase tudo do ambiente e encontrar um bom punhado de evidências nos objetos. Mas, na realidade, é preciso se concentrar em apenas algumas delas. Para usá-las no futuro, você terá um casaco em forma de menu que armazenará todas as pistas coletadas.
Como não dá só para contar com a memória, em “L.A. Noire” há um caderno de anotações no qual temos armazenados todos os dados importantes do jogo. A qualquer momento, é possível abrir o caderno e ver quais são os objetivos do caso. Deste modo, sempre que for interrogar alguém, você poderá contar com sua lista de questões para a testemunha ou o suspeito.
Na missão The Fallen Idol, a primeira interrogada é June Vallen, a motorista do carro. Com um estilo espontâneo e irreverente, June tem uma aparência que remete às atrizes de filme B e, ao que parece, estava drogada durante o crime. Como foi dito anteriormente, é importante checar o local do crime antes de ir aos interrogatórios, porque você terá pistas e muito mais o que questionar.
Além de fazer perguntas e ouvir respostas, entra em cena essa maravilha chamada MotionScan. Uma parte significativa do interrogatório se resume a olhar de perto o personagem e perceber o que suas feições demonstram. É possível procurar por diversos tipos de expressões faciais: tiques nervosos, olhos que fogem dos seus, coçadas na cabeça, movimentos inquietos. Esses sinais lhe guiarão para acreditar, ou não, na pessoa interrogada.
Se você, por algum motivo, achar que a pessoa está mentindo, poderá usar a função de reforçar dúvidas. Claro que nesta ação você estará ainda mais efusivo e durão. E, se mesmo assim, você sentir que a mentira paira no ar. Pimba! Você tira da manga uma evidência encontrada no local do crime e exibe com orgulho para a interrogada - que neste momento já está enrubescida.
Em filmes noir, o detetive sempre está no encalço de alguém, muitas vezes seguindo-o de carro. E é o que você fará: é legal seguir a suspeita até o próximo passo. Mas tudo isso discretamente para que ela não note, pois se perceber não será possível ter as evidências necessárias.
Durante toda a aventura, procure prestar bastante atenção aos sinais do jogo. Um deles é a trilha sonora. Nos momentos de investigação, a música muda levemente seu tom quando chegamos próximos de alguma pista. Por isso, deixe seus ouvidos sempre atentos.
Há certos aspectos em “L.A. Noire” que dependem das suas habilidades no jogo. Chegar ao local desejado a tempo de encontrar as pessoas, por exemplo, significará que se você tem um destino para uma pista. Ligue a sirene do carro e corra para chegar o mais rápido possível. Se bobear, pode chegar ao local e o suspeito já ter dado o fora.
Você poderá fazer quantas perguntas achar necessárias para os diferentes personagens. Claro que haverá momentos em que fará perguntas erradas ou agirá de modo que prolongue a investigação. Caso isso aconteça, precisará ir atrás das evidências de outra maneira. Em certos episódios, poderá interrogar pessoas aleatórias ou seguir para lugares diferentes. Em todos os casos, existe um modo mais eficiente de se concluir a missão, mas que não é o único. Aí vai depender da sua esperteza e do seu tino de detetive.
Na missão que nos foi apresentada, pudemos perceber um equilíbrio raro entre ação, interrogatórios e investigação. De acordo com representantes da Rockstar, nem todos os casos terão tiroteios, perseguições de carro ou pancadaria, mas todos eles terão ligações entre si.
Como em “Red Dead Redemption”, a produtora procurou trabalhar em cima de um pano de fundo morno, não tão hypado e transformar em algo surpreendente e estimulante aos olhos do jogador. Seria fácil criar um jogo com um mundo aberto, no qual você é um criminoso que anda para cima e para baixo com uma bazuca na mão. Mas isso não seria Rockstar.
“L.A. Noire” é muito mais que mundo aberto e tiros. É inteligência em forma de um produto jogável. No fim das contas temos a certeza de que ousadia é o que move o mundo!
* A jornalista Paula Romano viajou a Nova York a convite da Rockstar Games. Matéria escrita originalmente para a Revista EGW #111.
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