RPGs japoneses precisam mudar, diz criador de Final Fantasy

Os RPGs japoneses são muito populares, mas é preciso admitir: o gênero não é mais o mesmo de 15, 20 anos atrás, quando o NES e o Super Nintendo reinavam soberanos, ou até com o advento da dinastia PlayStation. Os ocidentais aprenderam, cresceram, enquanto o outro lado do mundo ficou para trás – e Hironobu Sakaguchi, que criou a série Final Fantasy, sabe disso.

Em entrevista à coluna “Iwata Asks”, na qual o presidente da Nintendo, Satoru Iwata, convida várias personalidades para conversas amistosas, “Bigode” (como é informalmente conhecido) disse que o gênero está sendo deixado para trás pelas empresas americanas e europeias, e que é preciso mudar. A grande aposta, diz ele, é a especialidade dos japoneses em transmitir sentimentos e outros detalhes mais sutis em seus jogos. “Se enfatizarmos bem isso, os RPGs japoneses com certeza serão aceitos pelo resto do mundo”.

Já Tetsuya Takahashi, criador de Xenogears e Xenosaga, que também participou da conversa, relembrou que existem produções que fazem sucesso independentemente da cultura local, e citou como exemplo a boa recepção de filmes estrangeiros no Japão. Encontrar esse ponto, segundo Iwata, é o desafio que os desenvolvedores japoneses têm a superar para fazer os seus RPGs se reerguerem, seja lá quais forem as normas das empresas.

Depois de empreitadas não muito bem-sucedidas como Lost Odyssey e Blue Dragon, Hironobu Sakaguchi agora aposta todas as suas fichas em The Last Story, RPG para Wii que chegará às lojas japonesas 27 de janeiro e, segundo o próprio, pode ser seu último jogo. Já Takahashi, depois de trabalhar na trilogia Xenosaga, lançou em junho de 2010, também para o Wii, Xenoblade – que não fez muito sucesso nem no mercado local.

A queda na popularidade em séries como Final Fantasy e o crescimento de franquias ocidentais, como Mass Effect, Fallout e Elder Scrolls é prova de que o Japão tem muito a superar.

 fonte: Kotaku